John Galliano começa a ser julgado em Paris e alega sofrer de "vício triplo"

O estilista John Galliano no Palácio de Justiça de Paris

Conforme se adiantou jornais afora, John Galliano compareceu, sim, ao Palácio de Justiça de Paris na tarde desta quarta-feira (22.06)(15h30 no horário local). O estilista começou a ser julgado pelas acusações de racismo e antissemitismo, caso que ganhou visibilidade em fevereiro. Cada passo do que ocorre no tribunal é acompanhado de perto e em peso pela imprensa.

O ex-estilista da Dior e de sua própria marca, que leva seu nome (foi demitido das duas pela LVMH, detentora das grifes), entrou no prédio por uma porta lateral e, assim, conseguiu despistar o assédio massivo da imprensa. Mas foi flagrado: de cabelos soltos, calça, paletó, lenço no pescoço e apenas colete, sem camisa (foto ao lado).

No tribunal, o estilista alegou que não se lembra dos incidentes. Quando perguntado da razão para tal, alegou que sofre de “vício triplo” em álcool, soníferos e Valium; que era já incapaz de ir trabalhar sem tomar pílulas.

Ele se justificou dizendo que começou a beber para relaxar depois de desfilar suas coleções – sob seu comando, 10 coleções eram desfiladas por ano.  

Galliano disse também que a perda de seu amigo Steven Robinson, assistente de estilo, amigo e braço direito, e de seus pais, o afetou bastante. E se referiu às marcas Dior e Galliano como suas “filhas”.

Documentos do julgamento alegam que as cenas de escândalo pós-bebida do estilista eram tão comuns que seu motorista era treinado para telefonar para o advogado caso julgasse que a situação estava passando dos limites.

Em depoimento na corte, uma das autoras, Miss Bloch, confirmou ter sido chamada por ele de “cara de judia suja”. “Não queria que esse incidente causasse comoção na imprensa. Só pensei que não tinha outra escolha”, disse ela sobre mover a ação.

Galliano, que tem 50 anos, ainda está em reabilitação. Ele contou que esteve por dois meses no Arizona, EUA, e mais dois na Suíça, em tratamento. E que se sente melhor, mas continuará a se tratar.

Além dos três insultados pelo estilista entre outubro de 2010 e fevereiro deste ano, associações de luta contra o racismo também são autoras da ação. Ele pode ser condenado a até seis meses de prisão e 22.500 euros de multa. O veredito, porém, só deve sair daqui a algumas semanas.

fonte: Vogue Brasil